sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Borracha - Parte I

Hoje matei alguém... mas dexarei a confissão para o final.

Acho que postagens longas são cansativas, então dividi o post em duas partes.



Seria divertido se pudéssemos reescrever nossa história. Alguma coisa dar errado e simplesmente passar uma borracha, um corretivo e mudar algumas linhas. Mas seria fácil demais. Não teríamos que sofrer as conseqüências de nada.

Céus, como seria monótono!

Podemos mudar nosso status no orkut, apagar fotos no fotolog, deletar um perfil onde quer que seja, rasgar cartas, embora nada disso apague alguém da nossa vida. Mesmo assim podemos tentar. Quem sabe o ato não traga satisfação?

A gente pode ignorar alguém na rua, desviar o destino, porém essa pessoa nunca vai deixar de fazer parte da nossa vida. Afinal, todo mundo que atravessa nosso caminho deixa marcas e acaba fazendo parte do nosso passado e nosso passado faz parte de quem somos e nos acompanhará por toda a vida.

Nunca vamos apagar de nossa mente a lembrança de uma viagem e impedir que a sensação de reviver toda a dor de um acidente volte toda vez que passar por aquele local.

Querer recomeçar é direito de qualquer um. No entanto, ninguém recomeça do zero. Partimos sempre do capítulo dois em diante.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Sem...

Tem dias que a gente acorda e parece que estamos no mundo errado.
Ou sou eu que estou errada no mundo.

Nunca achei que me adaptaria facilmente, que tudo se colocaria no lugar com a maior rapidez.
Mas hoje acordei realmente com um grande vazio dentro do peito.
Seria estranho dizer o motivo, se na verdade eu mesma o desconheço.
Talvez seja a falta; talvez o excesso; talvez seja tudo uma fase.
Talvez sejam as coisas que eu deixei sem dizer, ou que descobri muito tarde pra que pudesse di-las.
TALVEZ.

Essa palavra me incomoda.
A incerteza, a falta de concretismo com que as coisas andam acontecendo, o vaguismo.
Eu sempre tendo a escrever tudo no preterito imperfeito.

Quando as coisas vão começar a se encaminhar pro futuro?
Quando vão acabar as incertezas?
Quando vou conseguir esclarecer o que ficou?
Quando vou saber o que aconteceria se eu tivesse tentado?
Quando?

Quando vou saber as respostas?

Preciso de um pouco de paz.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A busca

Cansado de tanto se perguntar iniciou a caminhada em busca daquele que poderia satisfazê-lo. Atravessou montes e colinas, florestas e vales e até mesmo quilômetros de oceano. Vislumbrava-se ao visualizar o momento em que encontraria aquele que esclareceria suas dúvidas.

Uma de suas únicas certezas era que velho ansião que habitava o alto da montanha Sbull era um dos poucos a responder as perguntas que todos evitavam responder.

Após meses de forte sol durante toda o dia e frio escaldante durante toda a noite, conseguiu chegar à montanha Sbull. A cada passada rumo ao topo seu coração disparava mais. A ansiedade era demonstrada na palpitação em seu peito.

Frente a frente com o velho ansião, a decepção tomou conta do rapaz quando este ouviu de seu mestre. "A maior parte das respostas está contida nas perguntas.; Basta parar para refletí-las".

Frustado, sentou-se numa pedra ainda no alto da montanha e pode ver lá de cima grande parte do caminho que percorrera. Lembrou-se de detalhes da viagem e então se recordou de um texto que sua mãe um dia leu para ele, dizendo que a felicidade não é um destino e sim um caminho que percorremos. E assim descobriu que a maior de suas dúvidas havia sido respondida há tempos.

Foi a partir de então que ele passou a intensificar seus momentos. Prolongar os momentos de felicidade e reduzir o período de sofrimento. Afinal, quem decide por quanto tempo ficar triste ou feliz é você.

"A paz que você procura está no silêncio que você não faz" (Desconhecido)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sem ela

Assim que a porta se fechou ele pode suspirar e deixar sua máscara sobre a mesinha de centro. Não sabia por mais quanto tempo conseguiria suportar vestir aquele personagem tão sem sal. Na verdade, ele desejava interpretar ele mesmo, mas para isso precisava conhecê-lo.

Enquanto se encarava no espelho sentiu saudade de quando ela estava ao seu lado e isso o confundiu mais ainda. Não sabia se sentia falta dela ou se sentia mal por descobobrir tardiamente o que ela significava.

Embora sentisse vontade de ligar e dizer tudo o que quis dizer na última conversa entre eles, sabia que nada adiantaria e eles continuariam apenas sendo duas pessoas especiais uma para a outra. Valeria a pena jogar tudo pro alto por um sentimento incerto? Mas como ter certeza sem antes tentar?

Ela sempre fizera tão bem a ele, mesmo quando eles discutiam e ambos ficavam de saco cheio. Ria ao lembrar quando ela dava ordens e ele fazia questão de não cumprí-las. E hoje tudo isso era vazio. Um poço de lembranças que vinham quando necessárias.

Seu único desejo era mergulhar no poço e trazê-la de volta, resolver de uma vez por todas toda esta situação. Enquanto não pontuassem os "is" não poderia seguir e teria que recolocar a máscara ao atravessar a porta.

Rezou para que tudo desse certo, torceu para não ter que perguntar sobre seu namorado e mandar lembranças. Saiu da frente do espelho e decidiu voltar mais uma vez a realidade, longe da sua menina.