sábado, 20 de fevereiro de 2010

There was a time...

"Eu tava só, sozinho
Mais solitário que um paulistano
que um vilão de filme mexicano"

(Telegrama- Zeca Baleiro)



Houve um tempo em que ficar em casa num fim-de-semana era sinônimo de castigo, hoje eu entendo com um privilégio. Um tempo para descansar, relaxar e para curtir comigo, me conhecer melhor. Acho que nunca tinha tanta ciência de quem sou como tenho hoje.

Talvez porque antes eu vivia fragmentos meus e fragmentos dos meus, sem saber separar quem era quem.

Eu vivia a acidez do Elias, a doçura da Karen, a lealdade da Raquel, a imaturidade do Marcel, o ciúme da Júlia, a indecisão de Miguel, o receptividade de Débora, o manipulador do Ivan, o espírito competitivo de Marcos e o jeito desligado de Ramon.

Hoje eu vivo um pouco de cada um, porém dentro de mim, e agora consigo mensurar cada um deles em mim. Sei qual a importância de cada característica minha e grande parte do que me fez ser quem eu sou.

Talvez um dia eu sinta falta de quando a janela do msn não parava de piscar, de quando o telefone não parava de tocar. E quando isso acontecer, eu saberei que não estou bem comigo, pois algo está em falta.

Eu tenho minhas doses diárias de amizade, de família, de lazer e de trabalho, mas o meu elixir da felicidade agora se chama amor próprio.

Sim, houve um tempo... Houve um tempo em que eu vivia de sonhos, hoje eu aprendi a viver com eles. Eu convivo com meus sonhos, eu caminho entre a realidade e o ilusório, mas os meus pés nunca deixam de tocar o chão. Esse tempo já se foi.