quinta-feira, 13 de novembro de 2008

No final é sempre você

E mais uma vez ela se arrependeu de ter dito sim. Lavou a boca, escovou os dentes, fez um longo bochecho com anti-séptico bucal e o gosto continua em sua saliva, em seus lábios, na sua memória.

Queria não pensar sobre, mas sua mente a torturava. Poderia não ser tão dura consigo se tivesse sido a primeira vez. Se não fosse reincidência tudo seria mais fácil. Ao menos sua consciência a absolveria.

“Céus...”, pensava ela, “como pude ser tão burra!”. Preferia ouvir isso de sua própria boca ao ouvir daqueles que diriam ter alertado-a com antecedência. Embora todos realmente tivessem tentado.

Agora ela ficaria se torturando por mais longos meses a fio enquanto ele estaria por ai, curtindo a vida como se nada houvesse mudado. Para ele nada havia mudado mesmo. Sua rotina continuava a mesma, os seus planos continuavam os mesmos, embora mais uma vez no singular.

Enquanto ele era carregado para a cama por seus amigos de balada, que acabavam de comemorar o teu retorno à ativa, ela se perguntava se por algum minuto ele também pensava nela. E ela sabia a resposta.

Em busca de um ombro amigo ela correu para aquele que jamais a abandonara. E mais uma vez ele a pegou no colo e amorteceu suas lágrimas, absorvendo todas elas. Afinal não era a primeira nem a última vez, já que era pra ele que ela sempre voltava. Ao menos seu travesseiro era fiel.