terça-feira, 11 de agosto de 2009

Parece que foi ontem



Estava chegando do trabalho e há meio quarteirão pude notar uma aglomeração embaixo do prédio. Quando me aproximava vi que meu vizinho (que devia ter os seus 4 ou 5 anos quando eu tinha a sua idade) estava conversando com os seus amigos. Uma das meninas pediu para ele subir e pegar água.

Posso dizer que era tudo o que faltava pra remeter há uma época boa que não faz tanto tempo, mas também não foi ontem.

Lá se foi o tempo em que saiamos de prédio em prédio tocando os interfones toda quinta-feira pela manhã para ir à feira comer pastel. Éramos quase vinte. Foi nessa época que começamos a nos juntar no quiosque do condomínio para ensaiar passinhos de axé (o passado a gente não pode esconder), jogar baralho e contar piada.

As nossas noites na pracinha não eram muito diferentes. Passamos de prédio em prédio até todos estarmos sentados nos bancos à toa, apenas desfrutando da companhia uns dos outros, sem saber que nos preparávamos para quando a proximidade não fosse mais possível. E acreditem: eu podia acreditar que este dia não iria chegar.

Faculdade, trabalho, mudanças, namoro, filhos, família, dentre muitos outros fatores que todos sabem ser responsáveis por este distanciamento. O peso dos anos. O peso das responsabilidades.

Hoje da minha janela posso ver a pracinha vazia, porém cheia de histórias. O palco de grande parte dos meus conflitos juvenis hoje serve como guardião dos segredos de novos personagens. Assim como fora com aqueles que eram as fugirinhas locais na época em que eu era apenas um moleque.

Isso sem contar em tempos de mIRC, Malhação, Lazarentos e outras histórias, que renderiam muitos e muitos outros posts.

Mas escrevo pra dizer que naquela noite tive um único desejo: Pedir para que eles aproveitassem ao máximo, pois a gente nunca sabe até quando vai durar.

2 comentários:

Carol disse...

Acho que estamos sofrendo uma grande e profunda crise de nostalgia. Penso nisso com muita frequencia. Mas é bom saber que foi bom bom, MUITO BOM, enquanto durou. E as lembranças sempre me fazem sorrir e ter certeza de que eu vivi a minha época de "malhaçao". E vivi bem demais. SAUDADES!

Carla Cocenza disse...

É, nostalgia é mesmo a palavra. Eu lembro de uma das últimas vezes que fui no Encontrinho, que já não era há muito o que fora um dia e vi que tudo ia se desfazer, que cada um ia pra um lado. Doeu tanto. Se eu pudesse dar repeat em alguma época da minha vida, com certeza apertaria o botão umas 5 vezes pra viver a época Malhação. Tão bom. Mas é hora de olhar pra frente e fazer dos dias de agora tão intensos quanto foram aqueles, afinal, estamos vivos como quando estávamos lá, e estaremos até.