quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Borracha - Parte II

Embora o blog tenha sonhos como tema, os pesadelos nunca deixarão de existir.
Hoje eu matei alguém. Não queria, sinto-me culpado, ainda vejo sangue em minhas mãos, embora agora elas estejam limpas. Dói confessar, assumir, admitir, mas eu o fiz. E na hora pensei que não haveria ressentimentos.
Não foi de caso pensado, acreditem. Embora eu, sem dúvida, fosse capaz de premeditar tudo o que fiz.
A cada apunhalada eu me realizava mais e mais. Não ouvia gritos, não via nada a minha frente, apenas sentia a pressão dos golpes.
Quando abri os olhos, pude vê-lo inerte a minha frente. E era como se estivesse olhando no espelho. Tratava de mais uma parte de mim que deixava de existir. Mais um pedaço que se esvaia.
E para cada fragmento que deixava de existir, um novo “eu” surgia. Sempre mais forte e mais preparado.
E desta vez não seria diferente.
Enterrei aquele a quem tinha dó para poder dar vida àquele que saberia lidar com novas situações.

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