quinta-feira, 20 de março de 2014
Infância
Ontem quando ameaçou chover a minha filha entrou em desespero por causa do cachorrinho que está circulando aqui embaixo dos prédios há alguns dias.
Como não a deixei descer e nem trazer o cachorro para casa, assim que começou a ventar ela foi para a janela e ficou assistindo-o latir pras primeiras gotas, quase chorando.
Assim que a chuva, que mal molhou o chão, cessou ela pediu para brincar na pracinha.
Minutos depois ela subiu para ir ao banheiro e disse que ela e os amigos estavam fazendo uma casa para o cachorrinho. Ela até quis doar um dos seus cachorros de brinquedo para que o novo abrigado não se sentisse sozinho.
Quando olho na janela fiquei surpreso com a mobilização que as crianças fizeram em prol do bichinho.
Em pensar que minha filha dizendo que quer ser adulta logo. E toda vez que ouço isso a minha vontade é dizer que quero ter a idade dela.
E é por essas e outras que não preciso me perguntar por que a minha vontade de voltar no tempo é bem maior que a dela de avançar.
quinta-feira, 6 de março de 2014
Nostalgiando...
Pacey: Dawson. I wanted to come by...
Dawson: Pacey, you don't owe me anything.
Pacey: Please, you and I both know that what you did yesterday...
Dawson: ...Is exactly what you would have done.
Pacey: Maybe, maybe not.
Dawson: Trust me. You would have done exactly the same thing.
Pacey: Well, I certainly hope so. I just wanted to come by and say thank you.
Dawson: You're welcome. (he starts to go back to his work)
Pacey: Wait, hold on a second. That's not it. There's something else I wanted to say to you. I know that things between you and I are pretty much beyond repair right now. And I wouldn't presume to be able to solve everything in a conversation, cause, that's just not the way it works. But... I've been wanting to tell you I'm sorry, Dawson. I'm really sorry for the way everything went down this spring. For my part in it. For the pain it must have caused you. And... I'm really sorry that I ruined your friendship, cause I miss it. Badly. And uhh, however far off it may be, I do look forward to the day when you and I might be friends again. So, until then.
Dawson: Until then.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Adeus!
"You and me
We used to be together
Everyday together always
I really feel
That I'm losing my best friend
I can't believe this could be the end"
(Don't Speak - No Doubt)
Toda vez que ouço essa música lembro de um grande amigo e muitas vezes chego a chorar. O destino é cruel: coloca pessoas em nossas vidas, faz com que elas se tornem um pedaço de nós e de uma hora para outra nos arranca sem dó, nem piedade.
Milhas e milhas nos separam, o sentimento ainda é o mesmo. É sempre como se o adeus tivesse sido ontem, embora quase dez anos tenham se passado.
Esem dúvida continua martelando...
Mas a gente se acostuma, um dia a gente se vê. Um dia nos abraçaremos de novo, um dia nossos corações bateram perto um do outro novamente. E dois quase estranhos relembrarão o passado.
No começo do ano, depois de tanto tempo longe de casa, sabendo que voltaria para a estrada e seria mais um ano saltando de lugar para lugar, tentei resgatar alguns laços, desfazer alguns erros, reerguer pontes e uma porta pareceu se fechar.
Quando eu já havia esquecido do ocorrido, a porta se abriu e voltei a ter contato com alguém que fora muito importante, mas com uma personalidade difícil. Não apenas para mim, mas para todos.
O tempo se passou para nós também e hoje somos mais desconhecidos do que eu e aquele que não vejo há 10 anos.
Dias atrás, o seriado Glee exibiu um episódio chamado The break-up, onde os principais casais do seriado entravam em crise ao som dessa música. Pela primeira vez não foi do meu velho amigo que lembrei e sim daquele que estava mais próximo e ao mesmo tempo mais distante.
E eram as mesmas frases que martelavam em minha cabeça. A gente vivia junto, e cheguei a ser sua aposta da amizade tão sonhada. Não acredito que tenhamos sido melhores amigos, afinal, esse lugar deveria ser de uma pessoa só, mas nunca desejei ver o fim.
Lembro que quando andava pelos corredores da faculdade e alguém fingia não ter visto para não ter que me cumprimentar eu me perguntava "Por que diabos essa pessoa é meu contato em qualquer p**** de rede social" e mais uma limpeza era feita.
Pois bem, a última vez que fui pra casa, cruzei com esse cara que cheguei a chamar de amigo, que cheguei a chorar e implorar pela sua amizade, estávamos no mesmo lugar, ele sabia disso e se recusou a me cumprimentar.
Já tomei tapa na cara, chute no saco, mas as maiores surras que tomei até hoje não vieram da força das mãos e nem dos pés de ninguém.
E, é por isso, que digo adeus. Tentei ser seu amigo - não o amigo que você sempre ansiou, longe de mim, apenas um amigo - e não deu certo. Colega, conhecido... pra quê? Apenas mais um cara que me cumprimenta na rua?
Eu não posso fingir que nada aconteceu, você faz parte de quem me tornei e, infelizmente, o verbo está no passado.
Desejo toda a felicidade do mundo. Do seu mundo, seja lá qual seja ele!
"O que impede de andar pra frente é a direção que escolheu
Se um abismo separa a gente, quem fez a escavação não fui eu
Eu sei que gente que tem coragem não finge que nada disso aconteceu"
We used to be together
Everyday together always
I really feel
That I'm losing my best friend
I can't believe this could be the end"
(Don't Speak - No Doubt)
Toda vez que ouço essa música lembro de um grande amigo e muitas vezes chego a chorar. O destino é cruel: coloca pessoas em nossas vidas, faz com que elas se tornem um pedaço de nós e de uma hora para outra nos arranca sem dó, nem piedade.
Milhas e milhas nos separam, o sentimento ainda é o mesmo. É sempre como se o adeus tivesse sido ontem, embora quase dez anos tenham se passado.
E
Mas a gente se acostuma, um dia a gente se vê. Um dia nos abraçaremos de novo, um dia nossos corações bateram perto um do outro novamente. E dois quase estranhos relembrarão o passado.
No começo do ano, depois de tanto tempo longe de casa, sabendo que voltaria para a estrada e seria mais um ano saltando de lugar para lugar, tentei resgatar alguns laços, desfazer alguns erros, reerguer pontes e uma porta pareceu se fechar.
Quando eu já havia esquecido do ocorrido, a porta se abriu e voltei a ter contato com alguém que fora muito importante, mas com uma personalidade difícil. Não apenas para mim, mas para todos.
O tempo se passou para nós também e hoje somos mais desconhecidos do que eu e aquele que não vejo há 10 anos.
Dias atrás, o seriado Glee exibiu um episódio chamado The break-up, onde os principais casais do seriado entravam em crise ao som dessa música. Pela primeira vez não foi do meu velho amigo que lembrei e sim daquele que estava mais próximo e ao mesmo tempo mais distante.
E eram as mesmas frases que martelavam em minha cabeça. A gente vivia junto, e cheguei a ser sua aposta da amizade tão sonhada. Não acredito que tenhamos sido melhores amigos, afinal, esse lugar deveria ser de uma pessoa só, mas nunca desejei ver o fim.
Lembro que quando andava pelos corredores da faculdade e alguém fingia não ter visto para não ter que me cumprimentar eu me perguntava "Por que diabos essa pessoa é meu contato em qualquer p**** de rede social" e mais uma limpeza era feita.
Pois bem, a última vez que fui pra casa, cruzei com esse cara que cheguei a chamar de amigo, que cheguei a chorar e implorar pela sua amizade, estávamos no mesmo lugar, ele sabia disso e se recusou a me cumprimentar.
Já tomei tapa na cara, chute no saco, mas as maiores surras que tomei até hoje não vieram da força das mãos e nem dos pés de ninguém.
E, é por isso, que digo adeus. Tentei ser seu amigo - não o amigo que você sempre ansiou, longe de mim, apenas um amigo - e não deu certo. Colega, conhecido... pra quê? Apenas mais um cara que me cumprimenta na rua?
Eu não posso fingir que nada aconteceu, você faz parte de quem me tornei e, infelizmente, o verbo está no passado.
Desejo toda a felicidade do mundo. Do seu mundo, seja lá qual seja ele!
"O que impede de andar pra frente é a direção que escolheu
Se um abismo separa a gente, quem fez a escavação não fui eu
Eu sei que gente que tem coragem não finge que nada disso aconteceu"
sábado, 7 de janeiro de 2012
Infância
Carlos Drummond de Andrade
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Quarto dos Sonhos
Ela gosta de desenhar estrelas
Só pra dizer que está mais perto do céu
Faz promessas e finge promessas em uma folha de papel
Vive sua vida inteira em um livro
Se prende pra poder voar
Gosta das coisas simples e quer aprender a amar
Ela vê tudo diferente
Só pra tentar ser igual
A tudo o que ela admira e que não é real
Ela faz poesia com um sorriso
Só de olhar,brinca de canção
Aprende cada detalhe
E do seu quarto faz a sua imensidão
E tudo isso porque o mundo lá fora
Hoje assusta até quem diz que viveu demais
Mas ela criou um mundo
Onde a alegria se faz e se refaz
E toda a solidão sumiu...
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Graduação
- E agora chamamos o aluno Ivan para assumir a tribuna e fazer o discurso de orador, disse o professor Gilmar, paraninfo do terceiro ano.
Ivan estava totalmente seguro de si até o momento em que chegou ao salão. Mas agora ele se sentia diferente, incomodado. Ele se levantou timidamente,não queria, mas fitou todos os rostos e o encaravam e o acompanharam até a tribuna em frente ao palco.
Eram muitos os rostos conhecidos. Quanta coisa havia se passado em cinco anos na companhia daqueles jovens, que assim como ele só tinham uma certeza: agora que estariam distantes, a única coisa que havia em comum era a incerteza do que seria o seu futuro.
Se realmente iriam para o caminho correto, se acertariam a sua profissão na primeira tentativa, se estavam prontos para o ensino superior.
- Boa noite a todos - ele começou - É uma honra ter sido escolhido dentre tantos alunos para estar falando em nome de nós.
E o discurso começou a decorrer.
Ele agradeceu aos professores, aos colegas de caminhada escolar, companheiros de sala. Sua voz começou a ficar trêmula quando começou a homenagear sua família, representando todas as famílias ali presente.
De repente ele travou. Era a hora de homenagear os amigos. A parte mais emocionada do discurso de Ivan era dedicada àqueles que o motivaram a ser alguém, a persistir quando ele desistiu de estudar e saiu de casa. Mas nenhum deles estava ali.
Entre uma cachoeira de lágrimas ele apenas conseguiu dizer "Aos amigos...". Calado ele se afastou da tribuna e uma chuva de aplausos ecoou sobre o salão. E enquanto a festa começava, para ele era a hora de ir pra casa, pois não havia ali com ele realmente quisesse comemorar.
Ivan estava totalmente seguro de si até o momento em que chegou ao salão. Mas agora ele se sentia diferente, incomodado. Ele se levantou timidamente,não queria, mas fitou todos os rostos e o encaravam e o acompanharam até a tribuna em frente ao palco.
Eram muitos os rostos conhecidos. Quanta coisa havia se passado em cinco anos na companhia daqueles jovens, que assim como ele só tinham uma certeza: agora que estariam distantes, a única coisa que havia em comum era a incerteza do que seria o seu futuro.
Se realmente iriam para o caminho correto, se acertariam a sua profissão na primeira tentativa, se estavam prontos para o ensino superior.
- Boa noite a todos - ele começou - É uma honra ter sido escolhido dentre tantos alunos para estar falando em nome de nós.
E o discurso começou a decorrer.
Ele agradeceu aos professores, aos colegas de caminhada escolar, companheiros de sala. Sua voz começou a ficar trêmula quando começou a homenagear sua família, representando todas as famílias ali presente.
De repente ele travou. Era a hora de homenagear os amigos. A parte mais emocionada do discurso de Ivan era dedicada àqueles que o motivaram a ser alguém, a persistir quando ele desistiu de estudar e saiu de casa. Mas nenhum deles estava ali.
Entre uma cachoeira de lágrimas ele apenas conseguiu dizer "Aos amigos...". Calado ele se afastou da tribuna e uma chuva de aplausos ecoou sobre o salão. E enquanto a festa começava, para ele era a hora de ir pra casa, pois não havia ali com ele realmente quisesse comemorar.
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